sábado, 20 de novembro de 2010

JOVENS LEVANTAM-SE CONTRA A HEGEMONIA DE GRUPOS PETISTAS IRADOS E IDEOLÓGICOS


Abaixo segue o discurso proferido por José Oswaldo de Oliveira Neto, Representante Discente de Congregação da Escola Politécnica, no Conselho Universitário da USP na terça-feira dia 09/11/2010.

Magnífico Reitor e conselheiros,

Antes de discutir diretas para reitor, algo que envolve todas categorias presentes na USP (discentes, docentes e funcionários), devemos analisar a situação da representação de cada categoria em separado.


Como estudante de graduação posso falar acerca do que eu testemunhei até hoje enquanto integrante da categoria discente.

Desde 2005 eu vivenciei 5 greves de funcionários. Todas elas foram oficialmente apoiadas pelas suas respectivas gestões do DCE, entidade supostamente representativa dos estudantes. Esses apoios foram legitimados por assembléias com quorum ínfimo.

Ano passado tanto o apoio à greve dos funcionários quanto a declaração de greve estudantil foram justificados por assembléias de 300 ou 400 alunos, menos de 0,5% dos estudantes de graduação matriculados na Universidade. Como opositor de todas as greves ocorridas na USP desde 2005 eu sempre pleiteei o sufrágio universal em urna (seja física ou virtual pela internet) para maior participação dos estudantes.


E sempre tive o meu pedido negado.


A maioria dos estudantes não se pode dar ao luxo nem considera correto passar horas a fio em uma assembléia que dura mais de 5 horas, e muitas vezes se estende até a madrugada. Além disso a maioria dos estudantes se sente desmotivada a participar de um espaço no qual correm o risco de serem ameaçados ou agredidos física e verbalmente caso expusessem opiniões divergentes daquela da pretensa elite pseudo-iluminada do movimento estudantil que controla estes espaços. Eu já fui agredido e ameaçado.


São essas mesmas pessoas, que em sua base de representação negam qualquer possibilidade de democratização em sua casa, que vem a este conselho exigir diretas para reitor em nome de uma maior democracia na Universidade.


São esses indivíduos, que criticam o sistema atual de eleição para reitor pelo fato de esta contemplar apenas uma minoria da comunidade universitária, ao mesmo tempo defendem de maneira quase religiosa a outorgamento de greves por menos de 0,5% dos estudantes desta universidade.


Fui democraticamente eleito para representar uma grande camada de estudantes desta universidade que se sentem reprimidos pelos métodos e postura adotadas pelos grupos hegemônicos do movimento estudantil. Dessa forma, sinto obrigado a me manifestar contra a hipocrisia daqueles que neste conselho criticam uma suposta falta de democracia nas eleições para reitor ao mesmo tempo que combatem qualquer mudança que vise democratizar o movimento estudantil.




Obrigado.
José Oswaldo de Oliveira Neto

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