quarta-feira, 20 de julho de 2011



Na parte desenvolvida do mundo, os professores são geralmente os melhores alunos de suas disciplinas, que buscam, assim, compartllhar o conhecimento adquirido. No Brasil, é o contrário: ninguém quer ser professor, e as cátedras são assumidas, com raras exceções, pelos piores. Essa falta de prestígio não pode ser atribuída simplesmente a uma política governamental. Os professores no Brasil geralmente não atuam como mestres, mas como sindicalistas. Estão mais interessados em atacar o capitalismo e em fazer greve por melhores salários (e que sempre - sempre - só prejudicam os alunos que querem estudar) do que em preparar uma aula decente. E não só nas escolas públicas. Fiz o primeiro grau numa escola particular, católica, uma das melhores da cidade. Lembro que a professora de História, admiradora da Revolução Cubana e da teologia da libertação, não cansava de repetir que o capitalismo era um sistema mau e perverso e que o socialismo era a solução para a humanidade. Eu tinha dez anos de idade. Se eu tivesse estudado em casa, sem a chatice de ir à escola todos os dias, não teria perdido tanto tempo, e talvez tivesse aprendido mais e melhor.




Essa realidade, infelizmente, pouco mudou. De fato, a cada dia fica pior. Nos exames internacionais, os alunos brasileiros invariavelmente tiram os ùltimos lugares em habilidades básicas, como leitura e Matemática. Digam-me o nome de um (1, hum) acadêmico brasileiro da área de ciências humanas que tenha escrito alguma obra relevante nos últimos cinqüenta anos, reconhecida internacionalmente. Simplesmente não há ninguém. Nas escolas, predomina o desprezo pelo que chamam de “educação bancária” – em suma: o conhecimento de matérias como Português, História e Matemática. Mais importante é a “conscientização” ou a “cidadania”. O ensino técnico, então, é considerado mera formação de mão-de-obra para o capitalismo (quem me dera se assim fosse: provavelmente, seríamos hoje uma Coréia do Sul ou uma Cingapura). Aliás, é engraçado: nas faculdades de pedagogia, Paulo Freire é visto como um deus. Curiosamente, porém, não conheço um único caso de alguém alfabetizado pelo método genial e revolucionário que dizem que ele inventou. As escolas deixaram de ser lugares de ensino para se tornarem assembléias sindicais e bocas-de-fumo, em que estudantes não estudam e professores não ensinam. Depois estes ainda reclamam que são tratados com desrespeito e até com violência nas salas de aula.



O resultado dessa visão demagógica da educação é que, todos os anos, milhares de alunos saem das escolas ótimos militantes, prontos para gritar slogans contra o capitalismo e a globalização, mas incapazes de ler, escrever e contar direito. Não é por acaso que, ao lado de algumas ilhas de excelência (quase sempre em cursos de exatas, menos expostos à doutrinação marxista), exista um oceano de mediocridade. Universidades que antes eram consideradas de ponta, como a UnB, viraram antros de vigarice acadêmica e de intolerância ideológica, verdadeiras madraçais do pensamento único esquerdista, em que a principal atividade acadêmica de muitos alunos é passar o tempo fumando maconha em sala de aula. Quanto à UNE, que em outros tempos foi um farol da luta pela democracia e pela educação, converteu-se numa repartição pública, em que zelosos burocratas estudantis do PCdoB dedicam-se a fazer propaganda a favor do governo que tem Collor e Sarney como aliados.




Em geral, são os mesmos que estão hoje à frente da UNE e da UnB os que adoram botar a culpa no “governo” (menos, claro, o federal, ou os com ele mancomunados) pelo estado lamentável da educação no Brasil. Até parece que vivemos em um país cuja sociedade valoriza a cultura e o conhecimento. Lembro de uma conversa que tive uma vez com um sujeito do povo, há alguns anos. Ele veio me dizer que não queria que seus filhos fossem muito inteligentes, “porque se não iam passar por doidos”. É isso. Entre ser ignorante e “passar por doido” numa roda de amigos, melhor ficar com a primeira opção. Ou seja: a ignorância é a norma, a inteligência é a esquisitice... Os esquerdiotas apenas deram uma mãozinha, adaptando esse raciocínio imbecil: para que estudar, companheiro, e aprender a ler e a falar certo, essa coisa de burguês?



Quando vejo um esquerdista pró-petista e pró-governo falar em educação, primeiro me dá vontade de rir, depois de agarrar uma arma. Com que direito vêm falar no assunto, quando os mais intelectualizados dentre eles escrevem “mulçumano” e “a tempos é assim”?


prof gustavo- blog contra

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