sábado, 7 de abril de 2012

Vai ser engraçado: como Pimentel justificará ter recebido pagamento por palestras que jamais fez?




Reportagem de Luiza Damé e Catarina Alencastro, em O Globo, informam que após decidir investigar o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, a Comissão de Ética Pública da Presidência enfim resolveu pedir esclarecimentos a respeito de consultorias supostamente prestadas por ele antes de integrar o governo Dilma Rousseff.
A decisão da comissão foi apertada, com três conselheiros votando contra o pedido de esclarecimento – Américo Lacombe, Roberto Caldas e Padre Ernanne – e três a favor: Marília Murici, Fábio Coutinho e o presidente do colegiado, Sepúlveda Pertence. Diante do empate, Sepúlveda deu o voto de minerva, dando prosseguimento ao processo contra Pimentel.

Foi uma surpresa. Afinal, o que mudou nessa Comissão, que em decisões anteriores inocentou o então ministro Antonio Palocci e aplicou punição apenas simbólica à ex-ministra Erenice Guerra, que pode inclusive exercer cargo público?
Ao que parece, Sepulveda Pertence está pretendo resgatar sua biografia. Só pode ser isso. Vejam só como ele explicou a investigação sobre Pimentel: “Decidiu-se, pelo meu voto de minerva, encaminhar pedido de informações e esclarecimentos ao ministro. Em síntese, embora correto, ao meu ver, o voto do conselheiro Roberto Caldas, de que em linha de princípio atos anteriores à investidura do ministério não são competência da Comissão de Ética, alude o próprio voto a situações excepcionalíssimas, em que atos anteriores possam comprometer a autoridade e exigir providências da Comissão de Ética, pelo menos no papel de conselheira da presidente da República”.

Segundo Sepúlveda, a comissão não entrou no mérito se as denúncias são procedentes ou não. O ministro Pimentel terá dez dias para dar explicações à Comissão, e o prazo termina na quinta-feira da semana que vem.
Em dezembro do ano passado, O Globo revelou que Pimentel faturou R$ 2 milhões, entre 2009 e 2010, com consultorias. Metade desse dinheiro foi pago pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), por serviços de consultoria na elaboração de projetos na área tributária e palestras nas dez regionais da entidade. As palestras nunca ocorreram. Pimentel simplesmente mentiu.
Mesmo assim, a presidente Dilma decidiu mantê-lo, alegando que o governo não tem nada a ver com o procedimento de Pimentel antes de assumir o governo, vejam a que ponto de desfaçatez chegamos.

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