quinta-feira, 21 de junho de 2012

Sobre movimento estudantil



A propósito do que você chama de “ movimento estudantil “, 25 anos de magistério em Universidade pública e 15 em Universidade privada (concomitantemente) permitem-me afirmar, com absoluta convicção, o seguinte:


1 – A Universidade pública brasileira tem duas bandas: uma boa e uma podre.



A banda boa da Universidade pública, majoritária, é constituída pelos alunos dos cursos profissionalizantes, como engenharia, economia, administração, ciências contábeis, advocacia, medicina, odontologia, veterinária etc. O ingresso na banda boa é muito concorrido, chegando a haver, em certos casos, no mesmo processo seletivo, disputa de uma vaga por cem candidatos. Destarte, somente os jovens estudiosos, responsáveis, de esmerada educação familiar, têm fôlego para conquistar uma vaga na banda boa. Cursando a Universidade, são assíduos e pontuais, disciplinados e confiantes de que terão o preparo necessário ao futuro desempenho de importantes papeis na sociedade.



A banda podre da Universidade pública (salvo raras e honrosas exceções), minoritária, é constituída pelos alunos dos cursos não profissionalizantes (um eufemismo de FÁBRICA DE DESEMPREGADOS), como serviço social, filosofia, história, geografia etc. Jovens preguiçosos, irresponsáveis, faltos de educação familiar esmerada, não se sentem, por óbvias razões, capacitados para participar da acirrada disputa de vagas nos cursos profissionalizantes. Terminado um segundo grau normalmente sem brilho, aproveitam, por força da lei da inércia, o acesso automático aos cursos não profissionalizantes da banda podre. É fácil identificá-los, nos campi, pelas roupas desalinhadas, quando não rotas e sujas, e por suas atitudes agressivas e gestos obscenos. Não raramente usam drogas. São, porém, ágeis quando convocados para integrar o “ movimento estudantil ”, espécie de cursinho pré-vestibular para ingresso na UNE ( cuja diretoria, lídima integrante da banda podre, está sub judice por malversação de 45 milhões destinados pelo governo para a construção de sua sede) ou em ONGs informais (sem personalidade jurídica, como MST, Via Campesina, MSLT e outros), mantidas com dinheiro desviado dos cofres públicos. A corrupção institucionalizada no Brasil não é motivo de preocupação para o “movimento estudantil, pelo contrário, se necessário, lutará nas ruas para preservá-la (com certeza, atenderão o apelo do principal réu do mensalão) pois é o caldo de cultura no qual esses arremedos de estudante vicejam na banda podre das Universidades públicas.



2 – A Universidade privada brasileira não tem banda podre, pois, nela, não funciona a FÁBRICA DE DESEMPREGADOS. Isto explica o óbvio (não precisa ser gênio para percebê-lo): a razão pela qual nenhum estudante de Universidade privada é filiado à UNE ou ao falso “ movimento estudantil ”.


3 – Portanto, a expressão “movimento estudantil” não se aplica à imensa maioria dos estudantes brasileiros. É uma marca exclusiva da banda podre, minoritária, das universidades públicas brasileiras.



FERNANDO BATALHA

UFF – Adm (professor aposentado)

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