domingo, 29 de julho de 2012

O Serra está certo. Blogueiro que é financiado por estatais não tem idoneidade moral para fazer elogios a governantes.



A briga entre o candidato do PSDB em São Paulo, José Serra, e os blogueiros Paulo Henrique Amorim e Luís Nassif agitou o Twitter na noite desta terça-feira. Após o PSDB ter entrado com ação na Procuradoria Geral Eleitoral pedindo investigação sobre o patrocínio de empresas públicas a sites e blogs "caracterizados por elogios excessivos ao PT e ao governo federal" e ataques à oposição, os usuários da rede social colocaram a hashtag #SerraCensor em terceiro lugar no Trending Topics – ranking de temas mais comentados naquele momento no microblog.

A maioria das mensagens tem tom de protesto contra a atitude de Serra, interpretada como censura pelos internautas. "O #SerraCensor, mesmo sem qualquer cargo, quer censurar a Internet. Imagina o que ele faria se tivesse sido eleito presidente em 2002", escreveu @stanleyburburin. A usuária que se identifica como @patimpudim também atacou: "#SerraCensor produzia grampos, "notas" para a imprensa e outros métodos "truculentos", como diz Ciro Gomes". Contra o movimento, o tuiteiro Iago José escreveu: "...o PSDB pediram [sic] apuração de verba pública p/ blogs! É diferente de censura, petralhas que se fazem de coitados". A onda pró-Serra criou a hashtag #ProcessaMesmoSerra.

Sobre a estratégia de Serra no mundo digital, o jornalista Leandro Fortes, da
revista CartaCapital, escreveu um artigo pelo qual opina que a blogosfera e as redes sociais são o calcanhar de aquiles do tucano. Como sempre foi um fiasco nesses meios, escreve Fortes, Serra e sua turma tentam emplacar a pecha de "nazista" aos blogueiros de quem já recebeu duras críticas. Já o blogueiro da revista Veja, Reinaldo Azevedo, alia-se ao candidato e ataca a "pistolagem de aluguel", alertando para o fato de que se nada for feito, "tudo é permitido".

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