sexta-feira, 13 de julho de 2012

ONYX LORENZONI




Eu já ia desligar a televisão ontem à tarde, após ouvir o depoimento do infame Raul Filho, prefeito de Palmas, na CPI do Cachoeira, quando o deputado federal Onyx Lorenzoni (RS), vice-líder do Democratas, começou seu discurso na Câmara. Como gosto de sua atuação parlamentar, resolvi ouvi-lo um pouco e acabei ouvindo tudo. Não é que o homem ligou a metralhadora giratória? Sobrou até para o Supremo, acusado por Onyx de ter sido cooptado pelo governo do PT.
“Não tenho medo de dizer que a Suprema Corte está cooptada pelo governo federal. Tenho a coragem de expressar, de bater, de resistir”, afirmou.
Lorenzoni fez um discurso duríssimo no plenário da Câmara, quando denunciou que decisões do STF estariam alinhadas a um projeto hegemônico de poder do PT, mencionando, por exemplo, a concessão de tempo de televisão contra uma ação direta de inconstitucionalidade movida por vários partidos e a legitimação do recém-criado PSD, contrariando uma decisão do próprio supremo a favor a fidelidade partidária.


“Essas decisões do Supremo estão longe de ser jurídicas. Estão alinhadas ao um projeto político de poder. Não há no projeto petista a alternância de poder. Há um projeto de hegemonia. O STF age como braço político daqueles que hoje detêm o poder”, criticou o parlamentar acrescentando que a posição dos ministros do STF destrói a fidelidade partidária. Lorenzoni definiu como escabrosa e anômala a decisão do STF em relação ao PSD.




“A extensão do dano causado (pela decisão) abala um dos pilares mais importantes do País que é a divisão dos poderes. O Supremo não satisfeito com suas funções tem que legislar e quem decide legislar, decide fazer política”, desabafa o democrata.




Onyx Lorenzoni classificou como retrocesso o parecer favorável ao PSD. Ele lembra que houve situações de quatro, cinco trocas de partidos por parlamentares em dois anos logo no início de seu primeiro mandato, situação extinta com a aprovação da fidelidade partidária. “O STF se arrependeu e o primeiro ato foi legitimar o PSD. O próximo passo será a repartição dos recursos do fundo partidário. São decisões para acalentar o sonho do ex-presidente Lula que é extirpar a oposição do Brasil e implantar o totalitarismo bolivariano no Brasil. Querem destruir àqueles que não se dobram ao projeto de poder do Brasil”, denunciou. “Esse projeto de poder conta cada vez mais com a importante ajuda do STF, algo que se repete, seguindo o mesmo roteiro da Venezuela, Argentina e Bolívia”, complementou.




O parlamentar afirmou ainda que o STF criou dois tipos de partidos políticos no Brasil: os da base aliada, classificados como de primeira classe e os de oposição, tratados como de segunda classe. “Parece que não somos dignos nem dos rigores da lei. Quando há lei, o STF nega. Se PSD fosse um partido de oposição a sua criação não seria interessante para o governo. Será que o STF autorizaria? Duvido”, destacou. “Agora, deputado tem preço, mensurável pela sua cota partidária, pelo tempo de TV. Quem criou essa anomalia? Os ministros do STF. Logo depois das eleições está aberto o bataclã partidário, graças à decisão do STF”, disse o deputado fazendo uma alusão ao bordel da novela global, Gabriela.




O democrata também conclamou o cidadão a resistir em respeito à democracia que corre perigo, segundo ele. “Não nos calarmos frente a esse tipo de atrocidade. Brasileiros, resistam. Nós do Democratas resistiremos. Lutamos muito para chegar a essa democracia”, concluiu.
Se sair em vídeo, na íntegra, vale a pena uma olhada.

Por Ricardo Froes

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