terça-feira, 28 de agosto de 2012

Milionários da China não vão presos: eles pagam para outras pessoas irem em seu lugar

 
 
À esquerda, o condenado. Á direita, o culpado //Crédito: Reprodução


Se você, assim como nós, achava que o recorde mundial da bizarrice chinesa era insuperável, saiba que os atores estrangeiros alugados para dar uma cara internacional às empresas são fichinha perto de outras práticas do país. Na China o crime compensa sim: basta pagar para que alguém vá preso no seu lugar.
Em maio de 2009, jornais do país mostravam o jovem milionário Hu Bin, de 20 anos, fumando e dando risada com seus amigos em uma rua da cidade de Hangzhou. O fato passaria batido se Hu Bin não tivesse, ele próprio, também acabado de bater seu carrão em um pedestre, que estava morto, a poucos metros do local onde a foto foi tirada. Digno de indignação? Sim, mas calma, a história só vai piorar.

Na China, acidentes fatais de trânsito envolvendo álcool e disputas em alta velocidade podem levar à pena de morte, não é raro que isso aconteça. O garoto foi condenado à 3 anos de prisão. Digno de indignação? Sim, mas calma, agora é que a história fica realmente absurda.

Quando o julgamento começou, toda a imprensa do país estava em cima do caso. Quando o réu entrou para ouvir sua sentença, todos foram pegos de surpresa: quem estava ali, com um semblante abatido, cabisbaixo, não era Hu Bin. Ele havia contratado um jovem para ficar três anos trancafiado atrás das grades.

É difícil de acreditar, mas isso não é um caso isolado. Milionários e gente influente recorrem à esse artifício com muito mais freqüência do que o bom senso de qualquer um poderia suportar.

No mesmo ano do caso de Hu Bin, um diretor de hospital contratou o pai de um funcionário seu para comparecer perante o júri. O preço da liberdade varia: um motorista sem licença que matou um motoqueiro pagou 8 mil dólares para que outra pessoa fosse presa em seu lugar. O dono de uma demolidora que destruiu uma casa ilegalmente prometeu pagar 31 dólares por dia para quem aceitasse terceirizar o serviço de presidiário. Esse tipo de prática é mais um sintoma da desigualdade social chinesa: lá, 0,1% dos cidadãos controlam metade das riquezas do país.

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