quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

FILHO DO BRASIL, PAI DA CORRUPÇÃO




Aileda de Mattos Oliveira*



Um deslustrado, um dia, autoproclamou-se “Filho do Brasil”, anunciando, como pai, um país tido como paraíso de aventureiros nacionais e estrangeiros. Este de quem se fala, perito estrategista em estelionato político, passou de desempregado a patrão, servindo-se da massa populacional que via nele um igual pela origem.


Tendo em vista que a herança cultural do Brasil mais usufruída é a da esperteza em todas as esferas, oficiais ou não; a do engodo; e a do jeitinho desprezível de ser, considerou-se ele com total direito à filiação e, por essa razão, tornar-se herdeiro absoluto desse legado infame. Sendo assim, é válida a certidão de legítimo produto genético do país que não deu certo.



Assim concebido, tornou-se lídimo filho do Brasil pilantra, pela completa afinidade com a parte do povo tendente a qualquer negócio, desde que lhe sobrem vantagens.



O filho cresceu em astúcia, em velhacaria, e transformou-se em Pai da Corrupção, patriarca do clã mais agressivo em termos de decomposição moral de que se tem notícia.
Se é verdade que percorre o mundo, pressionando seus aliados a apoiarem-no para ganhador do Prêmio Nobel da Paz, é sinal de que a petulância, a empáfia do cínico indivíduo acabaram por lhe dar o título de Maior Embusteiro, o mais completo impostor com direito à inclusão no Guinness das falcatruas.



Mas já está passando da hora de o Brasil sensato reagir à inércia em que seus individualistas e mal-intencionados governantes desejam mantê-lo, e desvencilhar-se dessa confraria de parasitas do erário, que tenta aprisioná-lo nos antivalores da liberalidade sem freio e enroscá-lo com os tentáculos da traição, para melhor sugar-lhe as entranhas alimentadas pelo contribuinte, apascentado pelo hábito de pagar e nada ver.



O Filho do Brasil e Pai da Corrupção é a representação congênita do que há de mais nocivo dos “estigmas”, como diria Cesare Lombroso [1], emanando dele todo o miasma da perversão ético-moral.


Por que, então, não está sentado no banco dos réus e as ameaças de seus comparsas de denunciá-lo nunca são concretizadas? Por que excluí-lo, se parte de seu comando todas as perniciosas ações governamentais, ignorando a existência da afilhada, nulidade presidencial?



Surge o escândalo da supersecretária, outros virão, mais outros e mais outros, como se roubar fosse norma constitucional neste governo promíscuo. Em contrapartida, a calmaria permanece, nada se move na natureza: os navios não balançam; o silêncio permanece nos quartéis, verdadeiros mosteiros medievais; os aviões não passam rasantes pelo centro da corrupção. Nada! Todos repetindo “assim seja!” aos escândalos da canalha petista.



Só restam as palavras, mas estas também estão imóveis e mudas no texto, não mais ecoam, parece terem perdido a força para provocar as mudanças desejadas. Estão semelhantes a armas sem munição, a naus sem leme, a aviões sem motor.



Quando um juiz exigir a reintegração, até o último centavo, do patrimônio roubado do Estado pelo Filho Enjeitado do Brasil e Pai da Sórdida Corrupção, então poder-se-á dizer que a justiça é para todos ou que “todos são iguais perante a lei”.



Enquanto não acontecer tal milagre, o poder vermelho continuará a escarnecer, ruidosamente, das instituições nacionais, permanentemente sob o efeito anestesiante de doentia acomodação.

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