segunda-feira, 4 de março de 2013

REZEMOS PELA LIBERDADE





Assustam relatos de pessoas que estiveram na Livraria Cultura em São Paulo para comprar livro de Yoani Sánchez ou para apoiar o seu direito de falar. Havia no local corja contratada para não permitir o desenrolar do evento, aquilo que Demétrio Magnoli clareou, em seu artigo de 28/2, ao chamar “ato de repúdio”, prática usada na China em sua revolução cultural, que exclui a tortura, mas não a violência física moderada, impondo intimidação direta e insultos aos opositores. 




Além de ter a palavra cerceada, eventos literários e cinematográficos foram cancelados pelo impedimento de brutamontes que, na livraria, foram até capazes de se postar na porta de entrada para que ninguém entrasse na sala onde Yoani falaria sobre sua experiência de vida em Cuba. O direito de se manifestar contra ou a favor é garantido por qualquer democracia. Mas o impedimento do direito de “ir e vir” ou a postura violenta de impedimento de direitos são atitudes presentes em regimes totalitários. Até onde sei, não somos a China, nem Cuba, e ainda vivemos uma democracia. Mas, se a polícia, para não bater de frente com os direitos humanos (somente os dos agressores), não toma atitude de proteção ao direito de todos; se a imprensa, confusa sobre a linguagem dos valores democráticos, qualifica os vândalos como “manifestantes” – como ressaltou Magnoli –, e poucos vêm a público para alertar sobre o risco que estas atitudes bárbaras oferecem à democracia, parece que foi bem-sucedida a empreitada do embaixador cubano no Brasil para desqualificar Yoani, sem esquecer que o fez com a ajuda de gente de dentro do Palácio do Planalto, através do secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. 


Os “manifestantes” a insultaram, impediram que falasse, ela sofreu puxões de cabelo e empurrões na Bahia, e ninguém “saiu ferido” (?), como explicou o jornalista Breno Altman, dos quadros do PT. Fica o dito por não dito, e rezemos para que possamos continuar expressando sem maiores sobressaltos nossa discordância com “tudo o que está aí”. Parece que ninguém virá em nosso socorro, caso viremos alvo da truculência planejada por comunistas de dentro de nosso país.



Myrian Macedo

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