domingo, 24 de novembro de 2013

José Eduardo Cardozo tem de se demitir ou de ser demitido. A menos que Dilma queira ameaçar o país com o estado policial petista



José Eduardo Cardozo tem de renunciar ao Ministério da Justiça. Se não o fizer, a presidente Dilma Rousseff tem de demiti-lo. Se nem uma coisa nem outra acontecerem, então é justo supor que um eventual segundo mandato de Dilma Rousseff pode levar o Brasil a uma kirchnerização à moda da casa. Não é a primeira vez que o ministro da Justiça dá mostras de que se ocupa menos das necessidades do país do que das de seu partido. Desta vez, no entanto, ele foi longe demais. Explico tudo direitinho.

Como é de conhecimento de todo mundo, há uma investigação em curso no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) sobre a formação de cartel para o fornecimento de trens para a CPTM e para o metrô em São Paulo e no Distrito Federal. De saída, diga-se o óbvio sobre esse caso e qualquer outro: quem deve, feita a devida apuração e comprovadas as culpas, que pague. A única coisa que não vale é corrupto erguer o braço esquerdo como se fosse herói da resistência.

Se vocês procurarem nos arquivos, encontrarão todas as estranhezas que eu vinha apontando nesse caso. Desde o princípio, vazavam informações do Cade — comandado por um militante do PT chamado Vinicius Carvalho — para a imprensa dando conta de que executivos da CPTM e do Metrô, com a anuência do governo de São Paulo, estariam envolvidos com o cartel, mas esse mesmo governo nem sequer tinha acesso às informações; nem sabia do que estava sendo acusado. Uma fórmula foi celebrizada pelo noticiário da TV Globo: a formação de cartel aconteceu “nos governos Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB”.

A investigação no Cade nasceu de um acordo de leniência assinado pela Siemens, cujos termos também são desconhecidos. E qual a justificativa para o governo de São Paulo não ter acesso às informações? Cinicamente, o Cade, que é subordinado a Cardozo, alegava “sigilo”. Que sigilo é esse que se faz de vazamentos? Adiante. Muito bem: o órgão apurava a formação de cartel, mas não se falava, até então, de corrupção. Um inquérito também foi aberto pela Polícia Federal.

As digitais de Cardozo
E o que é que veio à luz nesta sexta, conforme informou Alana Rizzo na Veja.com? A denúncia do ex-diretor da Siemens não foi entregue ao Cade coisa nenhuma. Era mentira! Quem a encaminhou à Polícia Federal foi o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ele próprio confirmou. Disse que o texto chegou a seu gabinete pelas mãos do deputado estadual licenciado Simão Pedro, secretário de Serviços de Fernando Haddad na Prefeitura de São Paulo.

Ocorre que, no dia 11 de junho, memorando assinado pelo do delegado Braulio Cezar da Silva Galloni, coordenador-geral de Polícia Fazendária da PF de Brasília, dizia que o relatório havia chegado às suas mãos por intermédio do Cade.

Desde o começo, o que se tem é uma operação partidária para fazer uma bomba explodir no governo de São Paulo. Observem que Vinícius Carvalho é, a um só tempo, chefão do Cade, mas também aquele que passa instruções sobre como formular a denúncia. Para voltar à fórmula consagrada pelas reportagem da TV Globo, o objetivo é pegar “as gestões Covas, Alckmin e Serra, todos do PSDB”. Tudo isso atende pelo nome de “Operação Alexandre Padilha”, que será candidato ao governo de São Paulo pelo PT.

“Então você está negando que tenha havido formação de cartel e safadeza, Reinaldo?” Eu??? Não mesmo! Reitero: que se apure tudo e, comprovadas as culpas, cana na turma! Quem defende corrupto em nota oficial é o Diretório Nacional do PT, não eu. Se houver ladrões nessa história, que vão lá jogar dominó com José Dirceu e Delúbio Soares na Papuda. 

INACEITÁVEL É QUE UM MINISTRO DA JUSTIÇA ENTRE NESSA OPERAÇÃO, ENVOLVENDO-SE, INCLUSIVE, NUMA ESPÉCIE DE LAVAGEM DE DENÚNCIA.


REINALDO AZEVEDO

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