quinta-feira, 24 de abril de 2014

Na fila da cassação e pressionado a renunciar, Vargas está pronto para detonar candidatura de Gleisi



Munição de sobra – O ainda deputado federal André Vargas (PT-PR) já decidiu que não seguirá para o matadouro político sem luta. Convencido de que, se for cassado, renunciar ou preso, não virará um herói do PT, a exemplo de José Dirceu, Delúbio Soares ou José Genoino, o deputado petista decidiu tomar precauções e exigir compensações palpáveis para o seu sacrifício. O silêncio é de ouro, costuma repetir. Já mandou, pela revista Veja, recados pesados para o ministro Paulo Bernardo e para a senadora Gleisi Hoffmann (PT), de quem é coordenador da campanha ao governo do Paraná. Novos exemplares da munição que possui começam a circular.

Emissários do deputado distribuem dados que podem embaraçar sobremaneira a senadora, que a pedido do Palácio do Planalto vem fazendo esforços descomunais para sufocar a CPI da Petrobras. Além da já revelada ligação do marido de Gleisi, Paulo Bernardo, com o grupo Schahin, fornecedor da Petrobras, os prepostos de Vargas revelam que a própria Gleisi tem vínculos com a empreiteira Camargo Corrêa (associada ao Schahin), que opera contratos bilionários com a estatal. As conexões de Gleisi com a empreiteira já chamaram a atenção durante outra operação da Polícia Federal, que antecedeu a Lava Jato – a Operação Castelo de Areia.

Em 2008, a empreiteira Camargo Corrêa foi a maior doadora da campanha de Gleisi Hoffmann, quando a hoje senadora disputou a prefeitura de Curitiba. De acordo com o site Contas Abertas, “em 2008 a construtora doou apenas R$ 2 milhões para os candidatos nas eleições municipais. Um quarto desse valor foi destinado à candidata à prefeitura da capital paranaense, Curitiba, Gleisi Helena Hoffmann (PT)”.

Na revista Veja, André Vargas foi muito claro: “Vargas insinuou que Bernardo é beneficiário do propinoduto que opera na Petrobras. O ministro, segundo o deputado, seria o intermediário de contratos entre o grupo Schahin, recorrente em escândalos petistas, e a petroleira. Bernardo teria recebido uma corretagem por isso, recolhida e repassada pelo “Beto”. É assim, com intimidade de sócio e amigo, que Vargas trata o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal sob a acusação de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro que teria chegado a 10 bilhões de reais. Parte desse valor, como se revelou nas últimas semanas, são as propinas de negociatas na Petrobras.”


Nas indiscrições de Vargas citada por Veja, outra revelação explosiva: “Nas conversas com deputados, Vargas também citou como algo que o PT não gostaria de ver revelado o caso da agência Heads Propaganda, do Paraná. “A Heads é esquema deles”, declarou Vargas a colegas de partido. “Eles” seriam a senadora Gleisi Hoffmann e o ministro das Comunicações. Na gestão Dilma, a agência tornou-se líder em verbas recebidas do governo federal. A escalada meteórica está sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU).”

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