segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Novo diretor do Detran-DF cai antes de assumir

Durou menos de 24 horas a indicação do novo diretor do Detran do Distrito Federal. Chama-se Antônio Fúcio de Mendonça Neto. Anunciado na sexta-feira pelo recém-empossado governador Rodrigo Rollemberg (PSB), viu-se compelido a desistir da honraria no sábado. Caiu com a velocidade de um raio graças à descoberta de que colecionara 50 multas de trânsito entre março e abril de 2006. Pior: desde 2008, move na Justiça um processo judicial para tentar livrar-se da conta: R$ 6,3 mil, em cifras da época.


Quer dizer: não fosse pela exposição do inusitado nas manchetes, o Detran do DF seria administrato por alguém que processa judicialmente o órgão sob sua direção. Dito de uma maneira menos sutil: o escolhido de Rollemberg seria, a um só tempo, autor e réu da ação inaugurada em 2008. Abalroado pelo noticiário no sábado, o novo governador disse que não sabia do histórico de seu escolhido. Reafirmou sua confiança. Mas disse que se municiaria de informações. Horas depois, Antônio Fúcio tornou-se ex-quase-futuro-diretor-do-Detran-DF.

Ouvido, o personagem atribuiu o acúmulo de multas ao fato de não ter transferido para Brasília um veículo que emplacara em Goiás. Com isso, segundo disse, as multas foram para o endereço errado. Quando o sistema foi unificado, as infrações teriam chegado de uma tacada. E ele diz que não reconhece todas elas. Daí o processo.

Durante a campanha, Rollemberg disse que privilegiaria as nomeações de técnicos. Afora o excesso de multas, a familiaridade de Antônio Fúcio com o Detran é nula. Parte dos servidores do órgão ameaçava cruzar os braços. Politicamente, ele é primeiro-secretário do PSB-DF, o mesmo partido de Rollemberg.

Nenhum comentário:

Postar um comentário